Iniciativa FLORestá ATIVA recebe mulheres de todas as idades para debater sobre o papel que elas desempenham na sociedade e os desafios do dia a dia que exigem que a força feminina seja aflorada
As mulheres do FLORestá ATIVA se encontraram pela quarta vez desde que o coletivo foi criado no sábado (23/10) na Associação de Moradores do Bairro Fortaleza, em Blumenau. Neste encontro, as participantes do grupo discutiram o padrão que a sociedade impõe sobre elas e aproveitaram, na sequência, para vivenciar um momento de lazer.
O projeto foi idealizado pela moradora e atual presidente da Associação de Moradores do bairro Fortaleza, Mariléia Luiza David, conhecida como Léia David na comunidade.

“O FLORestá ATIVA surgiu de um pensamento voltado à minha pessoa, às mulheres da minha família e às mulheres que eu convivi e convivo diariamente na minha comunidade”, explica Léia.
O projeto foi criado para que as mulheres tenham força para lidar com as questões sociais e do dia a dia. Segundo a idealizadora do grupo, esta força está escondida dentro de cada uma e isso precisa ser aflorado e motivado para desenvolver as capacidades e potencialidades femininas.
“Então, através dessa visão, eu busquei criar um jeito para que juntas conseguíssemos desenvolver essas questões uma na outra”, detalha.
O projeto conta com a participação de mulheres de todas as idades. Ao falar do grupo, Léia comenta que ele conta com crianças, jovens e adultas, inclusive uma senhora com 90 anos de idade.

Em cada encontro, por causa da pandemia da Covid-19, para garantir que seja mantida a recomendação das normas de distanciamento social, são acolhidas 20 mulheres em cada ocasião.
A organização do projeto leva profissionais para falarem de temas relacionados às mulheres e depois realizam uma troca de vivências, com esclarecimento de dúvidas e atividades dinâmicas para deixá-las mais à vontade.
No final de cada encontro as mulheres recebem uma lembrança, tomam café e fazem uma confraternização divertida e prazerosa.

“Buscaremos a defesa e a garantia dos direitos das mulheres, visando desenvolver suas capacidades e potencialidades e proporcionando a elas criar alternativas emancipatórias ao enfrentamento de demandas do seu cotidiano”, projeta Léia.
Qualquer mulher pode participar do FLORestá ATIVA. Não há a necessidade de ser moradora do bairro Fortaleza. Segundo Léia, o projeto precisa de parceiros para apoiar a iniciativa, já que, no momento, ela é quem paga os com o café e as lembranças entregues para as participantes nos encontros.
Para participar ou apoiar o projeto, o contato com a coordenadora da iniciativa pode ser feita pelo WhatsApp (47) 99930-7525.

A importância do FLORestá ATIVA
Projetos como o FLORestá ATIVA são cada vez mais essenciais para a sociedade. Além dos debates sobre o papel feminino na sociedade, as trocas de experiências permitem que diversas mulheres possam se livrar de correntes que as aprisionam e que impedem que elas sejam livres.
Segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública de 2020, uma em cada quatro mulheres acima de 16 anos já foi agredida. Isso representa cerca de 17 milhões de mulheres no país.
O número relacionado à violência psicológica é ainda maior. Segundo o Data Senado de 2017, 47% das mulheres no Brasil já sofreram com esse problema.
A pandemia tornou o problema das agressões contra as mulheres ainda mais alarmante. Metade dos casos de violência contra mulheres foram registrados dentro de casa, e 73% das agressões foram cometidas por pessoas próximas à vítima.
É nesse cenário que iniciativas como a da FLORestá ATIVA se mostram importantes para a saúde mental e física das mulheres.

Como denunciar violência contra as mulheres
O Ligue 180 é um serviço de utilidade pública essencial para o enfrentamento à violência doméstica. Além de receber denúncias de violações contra as mulheres, a central encaminha o conteúdo dos relatos aos órgãos competentes e monitora o andamento dos processos.
O serviço tem a atribuição de orientar mulheres em situação de violência, direcionando-as para os serviços especializados da rede de atendimento. No Ligue 180, ainda é possível se informar sobre os direitos da mulher, a legislação vigente sobre o tema e a rede de atendimento e acolhimento de mulheres em situação de vulnerabilidade.
Além do número de telefone 180, é possível realizar denúncias de violência contra as mulheres pelo aplicativo Direitos Humanos Brasil e na página da Ouvidoria Nacional de Diretos Humanos (ONDH) do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH). No site está disponível o atendimento por chat e com acessibilidade para a Língua Brasileira de Sinais (Libras).
Um outro canal para atendimento do serviço está disponível através do Telegram. Basta acessar o aplicativo, digitar na busca “DireitosHumanosBrasil” e mandar mensagem para a equipe da Central de Atendimento à Mulher.
Repórter: Joyce Thays Moser.
Editor: Gabriel Gustavo do Santos Minel.
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