Rotina de longas caminhadas, poucos horários e muito tempo dentro dos ônibus

Maria Júlia da Silva Nascimento, 20 anos, é outra usuária do transporte coletivo prejudicada pela falta de horários de ônibus. Ela mora no Garcia e trabalha em uma empresa no bairro Passo Manso. Durante a semana, ela caminha dois quilômetros, após sair de casa, até a Rua Amazonas, apenas para conseguir pegar o ônibus que vai levá-la até o Terminal da Fonte. 

“Na minha rua, até passa ônibus, mas os horários são muito distantes. Por exemplo, se eu perder o (ônibus) de 5h57 que eu pego para ir ao trabalho, o próximo só passa quase 7h”, relata. Maria Júlia trabalha no setor de SAC (Serviço de Atendimento ao Consumidor) da empresa New Order e começa no trabalho às 8h. 

Para chegar no horário, ela precisa acordar às 5h e sair de casa antes das 6h para conseguir pegar o transporte que passa perto de casa. Depois, ela gasta cerca de uma hora e meia até chegar no trabalho – isso em dias de “trânsito normal”. 

A rotina se torna pesada para ela que, além de usar o transporte público para o trabalho, também utiliza o serviço para ir para a universidade, onde está fazendo o curso de Farmácia. “Talvez se eu tivesse uma rota de ônibus perto (de casa e do trabalho) com horários, de fato coerentes e mais frequentes, não tornaria minha rotina tão cansativa”, projeta.

A falta de horários disponíveis dificulta a rotina de Maria Júlia da Silva Nascimento, estudante de Farmácia e atendente no setor de SAC de uma empresa no bairro Passo Manso. Crédito da imagem: Arquivo Pessoal/Maria Júlia da Silva Nascimento/Divulgação/Nosso TAL

Nos dias em que tem aula presencial, a universitária precisa sair mais cedo do trabalho para conseguir pegar o ônibus que passa perto da New Order e que vai em direção ao Centro da cidade. Segundo ela, somente uma linha passa com dois horários compatíveis: 17h10 ou 18h20. 

Para conseguir sair a tempo de não chegar atrasada na aula, Maria Júlia precisa voltar mais cedo do horário de almoço para completar as horas da jornada de trabalho. “Minha sorte é que minha coordenadora e os demais responsáveis são bem compreensivos por saberem que moro longe”, diz.  

A hora da volta para casa exige ainda mais de Maria Júlia. Ela precisa caminhar mais dois quilômetros entre a Rua Amazonas e a residência porque as linhas que passam na rua dela não possuem horários compatíveis com os seus. 

Novamente, a atendente de SAC e estudante universitária leva cerca de 1h30 dentro do ônibus para chegar em casa em dias de pouco fluxo. Nos dias em que o movimento no trânsito é maior, ela chega a levar até 2h para voltar para casa. As linhas que Maria Júlia utiliza diariamente para ir trabalhar e estudar são as linhas 401, 10, 30 e 704.

>> Confira a sequência desta reportagem: “Usuários de ônibus precisam buscar outra saída”

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