Existe fome em Blumenau. Pouca, mas existe.

Conheça a realidade e saiba como torná-la melhor.

Acabar com a fome do mundo é um dos principais problemas que a humanidade encontra. Organizações internacionais divulgam crises humanitárias envolvendo fome com frequência. Em 2020, o maior lar de desnutridos do mundo era a Ásia, somando um total de 381 milhões de pessoas em situação de desnutrição.

No Brasil, os dados sobre a fome são bem alarmantes, de acordo com pesquisas do Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19, realizado pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede Penssan), nos últimos meses de 2020, 19 milhões de brasileiros passaram fome.

Apesar de Santa Catarina ter o menor índice de pobreza e desigualdade social do país, de acordo com dados da Síntese de Indicadores Sociais (SIS) do IBGE, ainda assim, a pesquisa do Núcleo de Estudos de Economia Catarinense (Necat) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC),
indica que pelo menos 5% da população catarinense precisa de algum tipo de apoio social.

Há reflexo destes 5% na cidade de Blumenau


Isso confirma-se inicialmente por um indicador mensurável no Brasil todo: o programa Bolsa Família, do Governo Federal, que contempla 13,9 milhões de famílias atualmente em todo o Brasil. Ele é destinado às pessoas em situação de extrema pobreza.

Em Blumenau, há exatamente 4.096 pessoas beneficiadas pelo programa, segundo o portal da transparência do Governo Federal. Isso corresponde há menos de 1.08% de toda a população da cidade. Mesmo sendo considerado um número baixo, a Prefeitura de Blumenau garante com números que esta parcela de pessoas não está desassistida, além de outra parcela que não é beneficiada pelo programa por falta de requisitos básicos para inscrição.

Situação de fome se agravou com a Covid-19

Segundo dados da Semudes – Secretaria de Desenvolvimento Social de Blumenau, de 2017 para 2020, os atendimentos particularizados dos CRAS – Centros de Referência de Assistência Social, tiveram um aumento de 100,43%, passando da média mensal de 3.718 atendimentos em 2017 para 7.452 em 2020.

No primeiro trimestre de 2021, com o agravamento da pandemia e a interrupção do auxílio emergencial do Governo Federal, o número de famílias atendidas atingiu o pico de 11 mil por mês.

Uma pequena solução para o problema

Dentre os programas diretos de combate a fome do município, o Banco de Alimentos é um dos que se destaca. Os alimentos são recebidos por populares e empresas e então são selecionados e distribuídos para entidades socioassistenciais governamentais e não governamentais do município que estejam cadastradas. Em 2019, houve a distribuição de 376.804 kg de alimentos, beneficiando 60 mil pessoas e representando um aumento de 51,73% comparado a 2017.

Parece ser suficiente, mas não é

Dados indicam que o esforço municipal é insuficiente. Inúmeras ONGs trabalham incansavelmente na arrecadação de alimentos para destinar a pessoas que não recebem ou recebem insuficiente auxílio governamental, sem contar do trabalho social de igrejas e pessoas independentes, como a dona Márgara Hadlich, que no dia 22 de outubro completa 10 anos do projeto “Ajudando Blumenau”.

O projeto conta com 35 pontos de arrecadação em Blumenau, 2 em Gaspar e 1 em Pomerode, abrangendo toda a região. Segundo Márgara, o avanço e permanência da pandemia fez com que o número de famílias atendidas pelo projeto triplicasse. Em março de 2020 eles tinham cadastrados 3.100 famílias, atualmente possui 8.264 famílias necessitadas e cadastradas. Márgara afirma que não recebe nenhuma ajuda governamental.

Você tem chance de mudar isso!

Por parte do município, há uma campanha de arrecadação de alimentos na Central de Vacinação da Covid-19. Esta campanha é especial para quem vai ao local se vacinar.

Nos demais casos, donativos podem ser entregues na Pró-Família, ao lado do Parque Ramiro Ruediger, das 8h às 17h. Desde o ano passado, quase 10 mil cestas básicas e 3 mil kits de higiene e limpeza foram distribuídos com esta campanha que foi iniciada junto com as ações de combate a Covid-19.

Descubra as ONGs de Blumenau

Há diversas entidades não governamentais trabalhando no combate a fome em Blumenau.

Você pode conhecer a maioria delas através do site blumenausocial.org.br. Há o total de 25 ONGs que seguem na busca específica da doação de alimentos a serem repassados para sua comunidade carente. Você pode escolher a mais próxima de sua residência e levar os donativos.

Não dê esmolas. Dê oportunidade

Uma campanha promovida pela Semudes de Blumenau é a de não dar esmolas aos moradores de rua. O ideal é acionar a Abordagem Social, que fará o atendimento do vulnerável, levará ao abrigo e seguirá com os trâmites necessários para promover a qualidade de vida desta pessoa, como: proteção, alimentação, higiene, busca pela família, tratamento contra vícios e doenças e demais ações.

A Abordagem Social atende de segunda a sexta das 5h30 às 1h, e das 8h às 20h nos feriados e finais de semana. Você pode acionar pelo WhatsApp 47 999459630 ou pelo 47 3381-6510.

Junho de 2021. Luana de Oliveira. Palôma Cunradi.

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