A cada ano, cerca de 800 mil pessoas tiram a própria vida no Brasil, segundo a Organização Mundial da Saúde
Natiele de Oliveira
O suicídio não deveria ter visibilidade somente no setembro amarelo, mês de prevenção à doença. Ele é considerado pelo Ministério da Saúde como um problema de saúde pública, tirando a vida de uma pessoa por hora no Brasil, mesmo período no qual outras três tentaram se matar, felizmente, sem sucesso. Cerca de 70% dos suicídios no mundo ocorrem em países de baixa e média renda. Todos esses dados poderiam ser evitados ou reduzidos consideravelmente se existissem políticas eficazes de prevenção.
A prevenção começa quando a pessoa se permite buscar apoio, seja ele filosófico, espiritual ou até mesmo laços terapêuticos. Segundo o psicólogo Antonio da Gomes Rosa:
“Toda prevenção passa por algumas questões. O autocuidado é uma delas. As comunicações são muito importantes para que a pessoa não se sinta isolada, porque o nosso cérebro precisa das inter-relações. O que vale é a qualidade das relações sociais e afetivas, não a quantidade”
O apoio do Centro de Valorização da Vida
Ao sentir necessidade de conversar com alguém, sempre procure ajuda! O Centro de Valorização da Vida (CVV) presta apoio emocional e de prevenção, atendendo de forma voluntária e gratuita, sob total sigilo. Eles atendem por telefone, e-mail e chat 24 horas, todos os dias. Ligue 188 ou acesse o site quando quiser e precisar conversar.
Em Blumenau, O CVV completa 35 anos, mas já existe há mais de 50 anos. “Nós passamos por um curso de capacitação, a fim de estarmos preparados ao se tornar facilitadores de barra. É emocionante conversar e poder ajudar quem realmente precisa”, explica Antonio, a “saúde mental danificada apresenta alguns sinais como: distúrbios de sono e alimentação, isolamentos às pessoas, não querer estar em contato com outros, sentimento de menos valia, podendo até ficar agressivo. Uma danificação emocional altera o eixo de bem-estar consigo mesmo e com as suas relações”, analisa.
A Covid-19 pode servir como “gatilho” para as pessoas que já sofriam com pensamentos psíquicos. “Estamos em uma pandemia, uma situação disruptiva da normalidade, que pode servir como gatilho potencializador ou deflagrador. Também podemos pensar naquelas pessoas que não têm o transtorno de ansiedade, mas por conta do que está acontecendo, podem vir a sofrer com isso”, esclarece o psicólogo.
“O CVV acredita que quando a pessoa tem a oportunidade de desabafar, de contar suas angústias, isso dá a ela uma oportunidade de ir organizando os pensamentos e ver que coisas boas podem acontecer”, informa a voluntária Zita.
Ter empatia, estar aberto ao diálogo, observar comportamentos fora do comum e oferecer apoio podem salvar vidas. Caso conheça alguém que esteja passando por problemas ou você mesmo não esteja se sentindo bem, ligue 188.