Os últimos dados mostram um aumento de 10% na quantidade de mortes por suicídio entre 2000 e 2012, número que o Ministério da Saúde espera reverter até o ano que vem.
Vinícius Peyerl Vieira
Cinco anos após o primeiro relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre suicídio ser publicado, o problema ainda é questão de saúde pública e um tabu nas discussões do dia a dia. De acordo com a OMS, cerca de 800 mil pessoas morrem todos os anos por suicídio no mundo. Só no Brasil, o registro é em média de 12 mil mortos ao ano, de acordo com dados do Ministério da Saúde.
A partir da situação que foi observada, o Centro de Valorização da Vida (CVV) em conjunto com a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) e o Conselho Federal de Medicina (CFM) criou em 2015 o “Setembro Amarelo”, movimento de conscientização sobre a importância da prevenção ao suicídio.
O maior problema, ao pensar a situação atual relacionado à saúde mental e suas consequências, é perceber e entender a condição do outro. Para que isso possa ser feito, existem sinais para ficar atento, como explica a psicóloga Ana Cláudia Kanackfuss. “Observar se há sentimentos de culpa, inutilidade e pensamentos de morte, que às vezes podem aparecer em falas como: “gostaria de dormir e não acordar mais”, “não faria falta caso não existisse”, “seria melhor para vocês viverem sem mim”, é muito importante”, exemplifica a especialista em psiquiatria.
Mas não basta abordar a temática apenas durante o mês de setembro, problemas relacionados à saúde mental estão presentes na vida de milhões de brasileiros. Dados da OMS apontam que o número de pessoas afetadas por depressão aumentou 18,4% entre 2005 e 2015. Estes assuntos ainda são tabus e precisam de diálogo, como complementa Ana Cláudia. ” Ainda é muito grande a quantidade de pessoas que por desinformação e preconceitos alimentam estigmas relacionados a problemas psicológicos como por exemplo ” depressão é frescura e falta do que fazer”. Enquanto falar sobre essas questões for um tabu, muitas pessoas não serão estimuladas, ou pior, podem até ser desencorajadas a buscar ajuda quando necessário”, explica a psicóloga.
Serviço
Para auxiliar aqueles que precisam, existem diferentes grupos de apoio para a saúde mental, como os CAPS. Já no caso dos menores de idade, crianças e adolescentes, existem os CAPSi, unidades especiais focadas neste público. E com a finalidade de realizar apoio emocional e prevenir o suicídio, há ainda o CVV, que está disponível 24 horas todos os dias.
CVV: Disque 188
CAPS: Blumenau: 47 3381- 7393
CAPSi: Blumenau: 47 3381-6906